terça-feira, 27 de abril de 2010

É deste tipo de imagens que a memória se faz



(a propósito das comemorações do 25 de Abril na baixa do Porto)


É deste tipo de imagens que a memória se faz:

Um mar de gente ondulando ao som de um hino que traz à garganta o coração e se faz ouvir em vozes embargadas pela comoção de ser português – e ser livre!


Como se a liberdade andasse há muito entalada numa voz, à espera que outras se lhe juntassem para que houvesse força bastante que a fizesse merecer ser liberdade cantada.


Um mar de gente iluminada por luzes da festa que se faz para não esquecermos que há valores a defender, mas também angústias que não se podem calar!

Há imagens que não se esquecem quando, de braço dado com outros homens e mulheres, se canta uma mesma canção a tantas vozes que se unem como as vontades e, nesse momento, todos sonhámos com actos grandiosos.

Tudo vem da força de uma canção que dá voz a muitos anseios: de paz, de liberdade, de vida!

E sabemos que cantámos o que outros já cantaram. Queremos ter essa voz ou, quando os outros já não podem cantar, queremos emprestar-lhes a nossa voz. Para que a canção nunca morra!

É aí que, para além de todas as diferenças, vemos no outro um outro eu e a sociedade dá lugar à lealdade, não por uma ideologia, mas por um ideal.

E quando nos vemos vacilar, ou estamos prestes a corromper esse ideal, são estes momentos que nos impedem e nos convencem, por lealdade aos que já cantaram connosco uma mesma canção.


É deste tipo de imagens que um ideal se faz.


Porque não queremos trair a nossa canção!


Sem comentários:

Gui

Gui
Que seria de nós... sem gui

Direcção Artística

Guilhermino Monteiro

É licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e estudou no Conservatório de Música da mesma cidade.
Integrou vários agrupamentos instrumentais e vocais, de que se destacam a Banda dos Mineiros do Pejão, a Banda Musical de Gondomar (Antiga Monteiro), de que foi Director Artístico, o Coral de Letras da Universidade do Porto, o Coro da Academia de Amadores de Música, de Lisboa, onde trabalhou com Fernando Lopes Graça e o Coro Madrigália, do Porto.
Fundou e dirigiu, durante oito anos, o Grupo Vocal Canto Nono, tendo oportunidade de trabalhar e gravar interpretação de jazz vocal com Ward Swingle, fundador dos Swingle Singers.
Gravou vários CD’s, como cantor e instrumentista, com Sérgio Godinho, José Mário Branco e João Lóio, com quem tem realizado numerosos concertos.
Entre 2004 e 2006, foi adjunto do Maestro Borges Coelho, na Direcção Artística do Coral de letras da Universidade do Porto.
É frequentemente solicitado por diversas companhias de teatro, nomeadamente, TEP, SEIVA TRUPE e ENTRETANTOTEATRO, de Valongo, para preparação de actores na área da voz.
É autor de “O Professor e a Voz”, trabalho editado pelas Edições ASA.
Em Outubro de 1997, fundou, no âmbito do trabalho escolar com alunos, o Grupo Vocal Canto Décimo, da Escola Secundária José Macedo Fragateiro, de Ovar, de que é, desde então, Director Artístico.

Quem Somos?

O “Canto Décimo”, grupo Vocal da Escola Secundária José Macedo Fragateiro, de Ovar, iniciou a sua actividade, em Outubro de 1997, informalmente, no âmbito das actividades escolares de uma das turmas de alunos desse ano lectivo e por iniciativa do professor Guilhermino Monteiro. Cedo, porém, se juntaram outros professores.
Em Dezembro desse ano, o Grupo apresenta-se, pela primeira vez, num concerto de Natal, na própria Escola. A originalidade desta actuação proporcionou a motivação para a continuidade do grupo que passou a actuar em várias actividades escolares, tais como as da então denominada área-escola, iniciativas de professores estagiários, festas de Natal e outras.
O conhecimento da existência do grupo por parte da sociedade local, levou-o a ser solicitado para concertos fora da Escola, passando a actuar noutras escolas e em actividades promovidas por diversas instituições, associações locais e pela própria Câmara Municipal de Ovar, em diversas iniciativas.
No ano de 2003, viu reconhecida a qualidade da sua prestação artística, ao estabelecer um protocolo de colaboração com a autarquia que, desde então, lhe atribui um subsídio anual.
Actualmente, conta com cerca de 70 concertos realizados.
De entre as suas actuações destacam-se: o concerto de abertura do Congresso do Sindicato dos Professores do Norte, em Novembro de 2003, onde actuou perante cerca de mil pessoas, entre Delegados e Convidados, integrando-se num espectáculo multidisciplinar com música (“Canto Décimo” e João Lóio), dança e poesia (“Sindicato da Poesia”, de Braga) e os concertos realizados em Ponta Delgada, em Abril de 2006, a convite do Grupo Coral da Escola Secundária Antero de Quental, daquela cidade.
O Canto Décimo interpreta essencialmente música portuguesa, num leque tão variado que vai desde a música tradicional até à música popular de raiz rural e urbana, com destaque para José Afonso, José Mário Branco e João Lóio.
Como forma de preparar o seu décimo aniversário, o Canto Décimo encontra-se em fase de gravação de um CD, onde ficará registada uma parte significativa do seu actual reportório.
É constituído, actualmente, por 28 professores.